Memórias de casa | Livia Moura Uhlmann

“Memórias de casa é uma série sobre o que a decoração diz sobre nós”. 

Inicio hoje uma série sobre a história da casa das pessoas, esse será um espaço de inspiração, coisa que já é comum aqui no blog, mas é também um local para falar sobre o vínculo afetivo que as pessoas tem com as suas casas. Vivemos fases nas nossas vidas que nos fazem guardar memórias geográficas dos acontecimentos. Por exemplo, meus filhos nasceram cada um em uma casa e sempre que eu penso no início da vida deles eu volto a minha memória para como era o quartinho deles, onde eu os amamentava e etc.

Hoje vamos conhecer a Lívia e seu cantinho, uma casa cheia de personalidade, assim como sua moradora. Ela é campista, do Rio de Janeiro, vive em Curitiba/PR há pouco mais de 4 anos. Professora de Arte da Secretaria de Estado da Educação do Paraná e professora de Língua Inglesa no CCAA (curso de idiomas). Bailarina nas horas vagas (licenciada em Dança). Por gostar de escrever, lançou o livro de crônicas “Exposta – uma coletânea de postagens inadmissíveis”. “Amo ler, ouvir música e compor algumas verdades no violão”, diz Lívia.

Pra dar a sua cara ao ambiente, Lívia, pintou as paredes de branco/palha e níquel, pendurou objetos decorativos nas paredes.

“Pra mim quem tem paredes vazias possui tendências suicidas. Pendurar coisas nas paredes traz um senso de pertencimento ao lar, de alguém que não tem pressa de ir embora e sabe demorar. Acho que isso justifica a bagunça que eu faço”.

“A antiga dona do apartamento tinha feito uma parede de tijolinhos de E.V.A., a qual pintei e comecei a desenhar com giz por cima. Faço um desenho diferente a cada 6 meses. Tenho um pisca de luzes azuis que fica pendurado o ano inteiro, ideia da minha amiga Raquel, que me ajudou na mudança”.

Perguntei pra Lívia qual memória ficará dessa casa se um dia ela se mudar e sua resposta foi poética e divertida, como tudo que ela escreve: “Ela é o lugar onde aprendi a conviver em paz com a solidão, onde escrevi meu livro, comecei um diário, recuperei meu sono despreocupado e voltei a sonhar que voava de guarda-chuva”.

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