Porque contratei uma consultora de sono infantil?

O sono ideal que garanta descanso e saúde para a criança é desafio para qualquer família.

Danilo, meu filho mais velho de 4 anos não nasceu na pequena turma dos bebês que já nascem “sabendo dormir”, mas foi mais fácil ensiná-lo a diferença de dia e noite, do que e quando é hora de uma soneca e de dormir por longas horas. No início ele acordava de 5 a 9 vezes a noite, mas com rotina e paciência, com 6 meses ele passou a dormir a noite inteira. Aos 10 meses ele começou a oscilar e chegava a acordar uma ou duas vezes, mas voltava dormir rápido.

Com Henrique foi diferente, ele não aceitava ficar fora do colo (dia e noite), se tirava chorava horrores (quando eu digo chorar é chorar mesmo, gritado, ele nunca resmungava, já berrava logo), então eu passava o dia exausta na tentativa de ajudá-lo a dormir, pois pra mim a maior parte daquele choro estava relacionado ao sono.

O tempo foi passando e não evoluíamos na tentativa de melhorar as noites de sono. Quando meu caçula completou 6 meses começamos a fazer cama compartilhada contra a minha vontade (não tenho nada contra quem goste, mas com Henrique na minha cama eu dormia menos do que a fase que acordava umas 12 vezes a noite e ia ao quarto dele). Ficamos assim por 3 meses até que eu e meu marido resolvemos contratar a Debora, consultora de sono materno e infantil.

Na consultoria, que aconteceu primeiro presencial (por 6 horas seguidas) e deu sequência online por 45 dias intensos, absorvi o máximo que consegui da Debora sobre sono infantil e o porque é tão importante uma rotina, já que as duas coisas estão completamente ligadas na vida de um bebê.

 

Basicamente o que ela nos ensinou foi que é extremamente importante que o bebê aprenda a adormecer sozinho, ou seja, sem ser ninado ou mamando (as instruções variam de acordo com a idade do bebê, essa é uma informação para um bebê de 9 meses). Então, o processo que passamos foi: preparar o ambiente do quarto para que ficasse mais acolhedor, usar o ruído branco num volume alto o suficiente que abafasse qualquer som externo para não distrair a atenção do Henrique e na hora de dormir o ritual era: amamentar, deitá-lo na sua caminha e ficar ao seu lado tocando nele pra que ele soubesse que não estava sozinho.

Você deve estar se perguntando se foi tranquilo?! Não, não foi! Como eu já disse, Henrique sempre chorou pra tudo, houve uma fase (principalmente depois dos 6 meses de idade) que ele mais chorava que sorria, então, para mudar o hábito que ele tinha de dormir com o peito na boca foi com mais choro, porém, nunca desassistido. Depois de garantir que meu pequeno tinha se saciado mamando, o deitava e começava a cantar, a dizer que estava tudo bem, depois uma série de “xxiiiiiii” dando balancinhos no bumbum e ele adormecia.

Em pouco tempo houve uma evolução (menos de 1 semana), o Henrique mamava e jogava o corpinho em direção ao colchão para dormir e eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, graças a Deus ele começou a não chorar durante o dia e a aceitar na madrugada que a noite era feita para dormir…

Ele dormiu a noite inteira rápido? Não!

Hoje ele dorme a noite inteira? Não… Quase, mas já explico o porque.

Na terceira semana meu marido começou a assumir as madrugadas com Henrique, essa era uma dificuldade muito grande pra nós, pois o Henrique não aceitava que ninguém fosse até ele quando acordava a não ser a mamãe aqui, mas encaramos mais essa. Tem até uma história engraçada sobre isso. Na primeira noite, meu marido cantou, carregou, dançou, fez de tudo um pouco pra acalmar nosso caçula até que ele adormecesse novamente. Na segunda noite, quando Henrique acordou e viu que era o pai que tinha ido atendê-lo, ele imediatamente deitou e voltou a dormir, foi assim mais três dias até que ele começou a despertar apenas uma vez, perto das 05 horas da manhã e voltava a dormir até as 06:30.

Com pouco mais de 1 mês, acho que foram, 1 mês e 4 dias, o Henrique dormiu a sua primeira noite inteira desde que nasceu. Você deve está se perguntando se eu dormi ou se fiquei vigiando pra ver se estava tudo certo e a resposta é: sim, eu dormi, quer dizer, apaguei. Só vi que ele tinha dormido a noite inteira quando já era de manhã e ele me chamou… O sono atrasado me fez hibernar e foi tão bom, rs.

Nove meses depois de iniciar essa rotina tenho saldos positivos. As 20 horas meus filhos estão dormindo, sem chorar. Fazemos assim: Danilo (4 anos) toma seu leite, faz xixi e escova os dentes e vai para cama, o Henrique (1 ano e 7 meses) ainda mama na cama e não consegui fazer a escovação funcionar depois do leite, então escovo os dentes dele e depois de ir para cama toma uma mamadeira. Com a luz apagada (breu total) o Danilo ora (eu repito, rs), depois conto uma história, digo que os amo e fico como uma estátua no quarto esperando Henrique dormir (não usamos mais o ruído branco), depois saio do quarto e nos dias bons o Henrique acorda uma vez, as 03 e pouca da manhã ou perto das 05 horas depois disso volta a dormir até as 08:20 da manhã.

O Danilo? Durante todo esse processo nunca acordou com o choro do irmão, dorme feito pedra e espero em Deus que o Henrique a medida que for amadurecendo faça como o irmão, já que adora copiar o mano mais velho, rs.

Talvez você ainda tenha muitas perguntas a respeito de como funciona essa consultoria e até mesmo ter mais detalhes sobre esse conhecimento compartilhado pela Débora… Mas fique tranquila, essa semana vou liberar mais postagens sobre a palestra que ela deu no último dia 21 sobre “A Relevância do Ritmo Diário e seu Impacto no Sono Infantil”, as dicas são preciosas e voltadas principalmente para crianças acima de 1 ano de idade.

Debora Coghi é consultora em rotina familiar e sono materno infantil através de parceria com a Clínica Mamare, espaço especializado em aleitamento materno e cuidados com crianças pequenas.