14 situações e procedimentos considerados violência obstétrica

Para entender na prática o que pode ou não pode acontecer com uma gestante durante o pré natal, parto e pós parto, veja quais são os procedimentos considerados violência obstétrica.

Dando sequência a série sobre violência obstétrica lançada aqui no blog semana passada, hoje falaremos sobre quais procedimentos considerados violência obstétrica, realizados por profissionais da saúde a uma gestante ou puerpéria são desumanas e ilegais. É importante frisar que muitas mulheres passam por determinados procedimentos e nem tomam conhecimento que foram vítimas, por isso é tão importante informar sobre o que deve ou não ocorrer durante um pré-natal, trabalho de parto e parto para ter um parto com respeito.

Violência obstétrica

Veja as 14 situações ou procedimentos considerados violência obstétrica:

  1. Negar atendimento a gestante;
  2. Fazer toque na gestante de baixo risco nas consultas de pré-natal sem necessidade;
  3. Agendar cesárea por conveniência do médico;
  4. Mentir para gestante durante o pré-natal, trabalho de parto ou parto;
  5. Realizar qualquer procedimento sem comunicar a gestante;
  6. Manobra Kristeller independente do tipo de parto;
  7. Agredir a gestante verbal ou fisicamente;
  8. Impedir a mãe de ter contato com o bebê imediatamente após o nascimento (em caso de não haver intercorrência na saúde da parturiente e recém nascido);
  9. Negar acompanhante para gestante durante o trabalho de parto, parto e pós parto;
  10. Impedir que a gestante se alimente durante o trabalho de parto;
  11. Amarrar os braços da gestante após a cesárea impedindo que ela carregue seu bebê;
  12. Obrigar a gestante a ficar em apenas uma posição (normalmente deitada) durante o trabalho de parto e parto;
  13. Negar anestesia ou analgesia a gestante;
  14. Episiotomia ( realização de corte no períneo durante o parto);

“Fui enganada por um médico plantonista de que meu filho corria risco por causa de uma placenta que apresentava grau 3 e não estava “funcionando bem”e teria que fazer uma cesárea de emergência com 37 semanas e 1 dia. Não permitiram que meu marido ficasse comigo na sala de espera, ele entrou somente quando eu já estava anestesiada na sala de cirurgia, meu filho nasceu aparentemente bem, o levaram para que os exames fossem feito nele longe de mim e do pai. Com 4 horas de vida ele foi levado ao berçário e com 26 horas para o CTI com um pneumotórax (provavelmente causado pela manobra de kristeller realizado durante a cesariana), ele foi entubado, operado, usou dreno e só foi para casa com 12 dias de vida. Meu primogênito saiu bem, sem sequela, mas eu, sua mãe, saí com uma dor enorme porque no fundo sabia que tinha algo muito estranho por trás de tudo isso. Na época eu não sabia dar nome a essas coisas, meses depois descobri que o nome disso é violência obstétrica e que eu fui uma entre muitas que passaram, passam e infelizmente passarão, mas isso pode mudar… Tem que mudar”.

Nathália Machado, 2012/Belo Horizonte – MG.

violência obstétrica
Minutos antes do nascimento do Danilo – foto: arquivo pessoal.

“Quando tive minha primeira filha com 17 anos (hoje ela tem 15) o obstetra me mandou calar a boca durante o trabalho de parto. Entrei gritado para a sala cirúrgica e ele me mandou calar, quando eu disse que não estava conseguindo, mandou eu enfiar o lençol na boca… Com essas palavras. Tirando esse episódio pensei que meu parto tinha sido lindo. Foi tudo muito rápido. Eu estava com 40 semanas e 3 dias, tive o rompimento do tampão e por isso o médico me internou, estourou minha bolsa e me colocou no soro com ocitocina, então em uma hora eu estava dilatada, por muito tempo pensei que esse era um procedimento padrão, pois não tinha informação na época. No nascimento do meu segundo filho optei pela cesárea e o mesmo médico me atendeu, ele foi estupido quando me abriu e disse: “O povo tem mania de falar que cesárea não tem complicação, e olha só a complicação que está isso”. Fiquei apavorada porque ele disse isso, mas não explicou nada. Meu bebê nasceu bem”. 

Anônima, Guaratinguetá – SP.

“No nascimento da minha filha, eu sofri violência obstétrica da anestesista que ficou empurrando a minha barriga porque o bebê estava muito alto. Apertou muito forte. Depois fiquei com aquele tremor da anestesia e ela me disse super grossa que quanto mais eu pensasse naquilo mais eu iria tremer. As vezes a violência não vem do obstetra em si mas de um membro da equipe”.

Carla Lima, 2012/Curitiba – PR

Violência obstétrica

“Cheguei no hospital com contrações leves, mas ritmadas, estava com 3 centímetros e decidi andar para evoluir o trabalho de parto.Dei uma volta pelo hospital e de repente caiu muito sangue no chão, meu marido correu para chamar a médica, a mesma não deu a mínima ideia, apenas uma enfermeira que se ofereceu para ajudar e me levou para sala de pré parto. Horas depois, sem que ninguém viesse me avaliar meu marido foi procurar por um médico. A médica residente veio com muita impaciência fazer o toque, eu sentia muita dor quando ela ia me tocar e levantei um pouco o corpo, ela gritou comigo, disse que desse jeito não ia dar, que me levaria pra cesária, pois ainda estava com 4 centímetros, me colocou na ocitocina e disse que iria procurar um médico para autorizar o rompimento da minha bolsa. Mais tarde veio ela novamente e repetiu os mesmos xingamentos e procedimentos. Não aceitei a cirurgia e pedi para falar com o plantonista chefe. O chefe do plantão chegou totalmente diferente, me tocou sem que eu sentisse dor, não aceitou me levar para a sala de cirurgia antes de me avaliar. Viu que a intensidade das contrações estavam impedindo que a dilatação evoluísse e então me aplicou uma analgesia e me instruiu. Na sala de parto, enquanto eu me vestia, uma enfermeira me mandou andar logo com “isso”, pois ninguém estava “a fim” de ficar lá a noite toda! Enfim, tomei anestesia, minha dilatação aumentou e minha bebê nasceu às 00:48 do dia 30/12″. 

Letícia Miranda, 2015/ Belo Horizonte – MG.

Essa série continua…

BAIXE NOSSO E-BOOK “CONSTRUINDO UM TRABALHO COM AGENDA FLEXÍVEL” CLIQUE AQUI!

Compartilhe esse post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ebook gratuito

Nathália Machado.

o Conta Pra Elas é como um diário pra que compartilhe com você minhas descobertas, conquistas e dicas.

Últimas postagens