Os relatos a respeito de violência obstétrica no Brasil são frequentes, é necessário lutar para mudar esse cenário.
“Minha bolsa furou com 31 semanas e fui ao hospital e não foi detectado. Com 32 semanas ela estourou e 01 hora da manhã fui a maternidade onde já fazia meu pré-natal e seria o parto com minha médica, porém, após 14 ligações ela não apareceu. Tive que tomar antibiótico, estava com dilatação e muitas contrações, me deixaram numa cadeira e eu sentia muita dor, pedi para deitar na maca e só após horas de espera me subiram para preparação, a enfermeira me recebeu xingando que eu havia demorado. Era madrugada ela estava me esperando, trocou minha roupa e me colocou numa sala sozinha por 4 horas, eu fiquei com medo e assustada, queria ir ao banheiro e não havia ninguém para me informar se eu poderia e onde era, veio uma faxineira que foi atrás de uma enfermeira, a mesma gritou dizendo que eu poderia ir, levantei e fui procurar um banheiro segurando o soro com medo do meu bebê nascer no vaso sanitário sozinha.
Depois o médico plantonista passou e colocou a mão no meu ombro e disse que ia me operar, sem ao menos me examinar. Me deixou mais duas horas sozinha e veio o anestesista ogro que nem olhou na minha cara e me mandou ficar quieta, eu estava com tanto medo que pedi a enfermeira segurar minha mão.
Após aplicar a anestesia perguntei se era normal sentir os pés e ele nem me respondeu. Tive reação e comecei a fazer vômito, o anestesista me deu um soco no estômago para eu melhorar, obviamente não melhorei e então ele aplicou um remédio. A dosagem da anestesia foi tanta que eu não sentia meus braços.
Só quando eu estava pronta para cirurgia é que o obstetra chegou sem nem conhecer o meu caso. Durante a cirurgia foi visto que o bebê havia descido para o canal vaginal, estava quase nascendo e por isso tiveram que puxar meu bebê já que o corte já tinha sido feito, uma discussão começou, pois o médico começou a xingar todos porque não o avisaram que eu estava em trabalho de parto… Meu filho nasceu prematuro e com infecção adquirida por ter ficado 4 dias com a bolsa rota, ainda na sala de parto, foi uma desorganização total, erraram o número do tubo para entubação e a médica xingando a enfermeira, entubaram e extubaram umas 3 vezes e isso meu filho sem respirar a cada vez mais roxo.
No berçário as enfermeiras eram sem total higiene pegando nos meninos e não lavavam as mãos nem antes e nem depois de ter contato com os recém-nascidos, super grossas não me deixavam pegar meu bebê e não incentivavam a amamentação. Escutei uma delas dizendo que adorava coletar punção de medula, segurar o bebê igual um porco dobrando-o… Meu filho havia feito punção, pois estava com infecção e posteriormente teve meningite… Ele foi furado 11 vezes para achar um acesso.
A princípio meu filho ficou 30 dias internado. Voltamos para casa e após 2 dias ele foi reinternado por minha insistência de que ele não estava bem… Foram feitos exames e constatado uma meningite, somando então mais 30 dias de hospital, no total foram 60 dias de internação na UTI.
Histórias como a da Tatiana são frequentes, a violência obstétrica no Brasil é uma realidade, infelizmente. É importante divulgá-las, pois muitas mulheres acreditam que as situações que enfrentaram não se tratavam de violência obstétrica, mas de complicações no parto sem que pudesse culpar alguém. Historicamente temos uma herança de que doutores não erram, de que cabe a ele decidir o que é melhor para a paciente, mas não. A gestante deve dizer seus desejos e ser comunicada por toda a equipe os procedimentos indicados para o seu caso quando o que foi sonhado não é possível ser realizado.
É muito importante visitar a maternidade escolhida para o parto durante a gravidez, conversar abertamente com o médico que lhe acompanha sobre o parto desde o início. Pergunte a ele os riscos de uma cesárea quando essa for a sua opção e/ou por ser um procedimento necessário durante o trabalho de parto, se ele agenda cesárea ou espera que o bebê mostre que está pronto para nascer. Se informe também, como esse profissional trabalha no caso de um parto normal/natural: episiotomia, liberdade da mulher se movimentar, alimentação durante o trabalho de parto, como ele reage em caso de um trabalho de parto prolongado, se considera obrigatório a gestante parir na cama (deitada)… Pergunte tudo em várias consultas e perceba se este profissional trabalha da forma que você tem esperado para esse momento.
Em caso de gestantes que optam ou precisam ter seus bebês com plantonistas, a visita a maternidade e consultas nos plantões em dias diferentes pode lhe dar a oportunidade de conhecer os plantonistas do local. Crie estratégias baseadas nas suas pesquisas… Ah, aproveite para conversar com as gestantes nas salas de espera, elas podem ter um histórico com o obstetra, enfermeiro (a) ou pediatra que você encontrará no seu caminho.
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7 comentários em “A informação pode vencer a violência obstétrica no Brasil e mudar esse cenário”
Que horror, como se calar diante de uma situação desta? Nunca precisa denunciar mesmo.
É verdade! Precisa denunciar e se informar para lutar contra o sistema!
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